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Veja matéria sobre o Encena na revista eletrônica Questão de Crítica: http://www.questaodecritica.com.br/2013/01/grupos-em-processo-de-criacao/

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cobertura 19/10/12 - 2° dia (Parte II)


Encena II – Desvendando o Processo

Por Paula Lanziani
 
            Em “Jumbo”, do grupo Cia. de Teatro Baú da Baronesa, direção de Joana Lebreiro, dramaturgia de Cilene Guedes, com Cilene Guedes, Fernanda Bastos, Fernanda Huffel, Heloísa Lazari, Letícia Milena, Naiana Borges e Nina Pamplona no elenco, tudo é intensificado pela temática, pelo cenário prisional, pela presença da mulher que pelo amor se sujeita a humilhações e maus tratos em uma fila de visita aos presos, seus homens. Filhos, amantes, esposos, pais. É amor que compadece, que se coloca ao lado do sofrimento do outro trazendo conforto. O humor também está ali. É a vida toda, sem dualidades.


Cia. de Teatro Baú da Baronesa (Foto de Nelson Soares)
 

            E mais uma vez o humor aparece em “As Almas Pertencem a Deus”, de José Majestic, apresentado pela Zimba Cia. dos Atores com adaptação e direção de Eduardo Katz, com Jorge Santos, Reinaldo Scirius, Sonia Nogueira, Dani Góes, Fernando Oliveira e Ricardo Kaettano no elenco. Nesse melodrama em formato de radionovela, com todos os seus exageros e intensidades, é o amor impossível que movimenta a ação cênica, revelando preconceitos, a condição da mulher, o amor que luta contra a sociedade: retratos de uma época, à la Romeu e Julieta.
 
 
Zimba Cia dos Atores (Foto de Ada Mello)
 
             Por fim, gostaria de dedicar um lugar especial ao  monólogo de Fauxto Freitax.“Coisas que eu sempre quis dizer a você mas nunca tive coragem”, texto , direção e atuação do próprio. Este foi talvez o espetáculo mais ousado dentre os cinco apresentados. Não pela temática, mas pela ousadia de apresentar um trabalho em processo, realmente. Ali se viu a busca do artista em entender o que se fazia, testar a recepção ao trabalho, iluminar certos pontos. Com certeza, a apresentação no Encena fortaleceu essa criação, ajudando a tornar consciente escolhas até então inconscientes. Problematizando a proposta. O processo de criação, difícil e contínuo, foi o protagonista deste monólogo, sendo coerente à proposta do Encena – Desvendando o Processo, que oferece um espaço-tempo para a experimentação e criação de grupos e artistas. 

 
Fauxto Freitax (Foto de Tati Carvalho)
 
 
            Vida longa ao Encena – Desvendando o Processo!

Encena II – Desvendando o Processo, mostra de processos criativos em artês cênicas, foi realizada nos dias 18 e 19 de outubro na Galeria TAC (Centro, Rio de Janeiro - RJ), com organização da GMALTA Produções e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas. O apoio institucional foi da Galeria TAC e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas.



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Cobertura 19/10/12 - 2° dia (Parte I)


Encena II – Desvendando o Processo
 
Por Paula Lanziani
 
 
      Essa segunda edição do Encena destacou-se pela multiplicidade dos processos criativos com teatro performático, circo-teatro, monólogo. O ponto de equilíbrio e encontro entre as propostas foi a presença do FEMININO e do AMOR. Como o objetivo aqui não é fazer uma crítica dos trabalhos apresentados e de seus andamentos a partir da proposta pensada pelos grupos – quanto falta ou quanto já se tem - optei por  focar nesses dois pontos.
          
 
       
 
Grupo Interface (Foto de Nelson Soares)
 
      
      No espetáculo performático “5 minutos”, do grupo Interface, dirigido e escrito por Mônica Diniz, com Leda Nascimento, Silvia Werneck, Dani Niño, Berenice Xavier e Mônica Diniz, a presença de tantas mulheres em cena movimenta o feminino. Priorizando a geração de imagens, mas abandonando os clichês de feminilidade, coloca em cena a espera, o forjar-se e preparar-se para o amor, aquele que liga vidas. De onde virá ou por quem será, não se sabe. O que se pressente são as intensidades de algo que se deseja realizar. E é esse desejo que vira imagem.
 
Grupo A Casa Voadora (Foto de Ticiana Masset)
 
      
      Já em “Gata Amarrada em Saco de Pano”, do grupo A Casa Voadora, com dramaturgia de  Vanessa Pequeno e direção de Marco Andrade e elenco formado por Cristiana Carvalho, Maria Júlia Garcia, Vanessa Pequeno, o próprio título do espetáculo já sugere uma imagem. A visão é roubada das atrizes que vivem em cena o avesso do amor: a sua falta. E na solidão imposta pela vida e ritmo da mulher contemporânea, multifacetada, o espetáculo traz arroubos extemos de intensidade paralelos à superficialidades também extremas. O que fica é o sofrimento feminino diante de suas grandes expectativas e da saudade daquilo que ainda se deseja: ser inteira.
 
 
 
Encena II – Desvendando o Processo, mostra de processos criativos em artês cênicas, foi realizada nos dias 18 e 19 de outubro na Galeria TAC (Centro, Rio de Janeiro - RJ), com organização da GMALTA Produções e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas. O apoio institucional foi da Galeria TAC e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas. 
 


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Cobertura 18/10/12 - 1° dia - Comentário Final


Encena II – Desvendando o Processo

Por Andrea Santiago
 
 


Um evento como o Encena é de grande importância no Rio de Janeiro, principalmente. É raro termos a oportunidade de compartilhar espaço para opinião, demonstração do trabalho e troca com o meio artístico. Além de mostrar o processo de grupo, é importante frisar e perceber que há grupos que apresentam seus primeiros trabalhos e de certa forma se testam também como companhia.  A validade desse encontro de grupos e, sobretudo, da classe teatral iniciante e de primeiro passo no circuito das artes é fundamental, pois atesta a capacidade de ser fruto de um trabalho coletivo e crítico e a possibilidade de se concretizar em algo transformador. Mesmo que isso comece dentro do próprio grupo e se prolifere depois.  


Leia a primeira parte: 
http://www.processoencena.blogspot.com.br/2012/11/cobertura-181012-1-dia-parte-i.html


Encena II – Desvendando o Processo, mostra de processos criativos em artês cênicas, foi realizada nos dias 18 e 19 de outubro na Galeria TAC (Centro, Rio de Janeiro - RJ), com organização da GMALTA Produções e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas. O apoio institucional foi da Galeria TAC e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Cobertura 18/10/12 - 1° dia (Parte II)


Encena II – Desvendando o Processo




Por Andrea Santiago
 

       ‘Eu me amo. Eu me aprovo.’, texto e direção de Vinícius Arêas. Sim, eles se amam e se aprovam. A comédia escrita por esse jovem autor admite drama, comédia, suspense, terror e o Grupo Atorais, amigos formados pela Univercidade, estão em cena se aprovando como uma unidade para mostrar que o trabalho em grupo é e pode ter um resultado concreto e de qualidade. O texto é feito a partir de temas atuais e suas variações, às vezes trágicas, às vezes surreais, mas sempre pelo ponto de vista do humor - como o próprio autor diz, humor-negro. A dramaturgia ágil, quase sem pausas, é levada ao palco por atores afiados e com relações bem estabelecidas com seus personagens e o outro. Mesmo que seus papéis sejam do porteiro rabugento à psicóloga (assassina) e ao terapeuta lifecoach. E lembrando que a comédia vem pelo humor do texto e também pelas peculiaridades absurdas das situações mas que sem dúvida são reconhecíveis pela plateia. Com Dayanna Lima, Bruno Dal Ponte e Vinícius Arêas.
          Em "Não sou feliz, mas tô tentando...", de Bárbaro Heliodoro, Filomena, uma senhora mineira narra episódios de seu passado enquanto aguarda a chegada de seu neto. Dona Filomena tem uma interlocutora, uma boneca, com quem fala sobre, entre tantas coisas, a época em que morou com sua filha e seu genro no Rio de Janeiro. Marcos Andrade incorpora a senhora com sotaque mineiro e linguajar bastante informal e na estrutura do texto, percebe-se uma cronologia e linha de narrativa da história, mas que se perde na encenação e em apartes. Talvez em frases longas que diluem seu significado e afrouxam a narrativa. Dois atores representam o genro – em poucas inserções ilustrando partes da história de Filomena – e o neto que retorna para casa da avó. Renato Correia e Márcio Nogueira completam o elenco.

 Grupo Atorais (Foto de Karine Menezes)

Teatro Curupira, com ‘Um samba para Plínio Marcos’. Nessa apresentação, embora seja uma peça ainda em acabamento, a escolha foi mostrar como chegaram a cenas já prontas a partir de estudos e pesquisas do vocabulário corporal das duas atrizes. O texto é baseado em Dois perdidos numa noite suja, de Plínio Marcos e a cena, diferente do que estamos acostumados, é apenas um reforço de que textos não precisam e nem sempre requerem atuações e concepções realistas ou ilustrativas de suas escritas. Além do processo em dupla, a direção de Ronaldo Ventura é feita de São Paulo. As diretrizes da cena e dos ensaios e do andamento da criação são dadas por ele e elas, Ana Cecília Reis e Caju Bezerra, aqui no Rio, se comprometem a trabalhar física e concretamente exercícios corporais de ação e reação, equilíbrio e desequilíbrio, direções, sentidos; oposições não apenas do corpo, mas de papéis do opressor-oprimido, impositor- ameaçado; alternâncias de queda e suspensão. A dupla cria partituras físicas e as desenvolve e aperfeiçoa de acordo com o trecho do texto, com cadências musicais e números circenses. O que podemos ver como espetáculo é uma cena preenchida de pesquisa e resultado de um processo investigativo. Isso fica claro, justamente, por essa inadequação entre o gesto: corpo e movimento na relação das duas e a relação com o material dramatúrgico. O que poderia ser injusto ao texto ou ao entendimento de uma obra dramatúrgica a partir da encenação se esvai numa cena onde, além de uma obra montada, temos escancarado o processo de chegada até lá. Mas em Um Samba para Plínio Marcos, isso não é reflexo de precariedade ou material de ensaio mal escondido, mas ao contrário, de expor e deixar a ser apreciado o que era experimentação e se torna real e concreto aos nossos olhos quando vemos em cena as escolhas feitas por elas, assim como as escolhas que elas deixaram de lado.
Para finalizar a noite, Ciça Ojuara e Rodrigo Guedes, em Breve – um pequeno conto de Romeu e Julieta, de Rodrigo Brand, transpuseram Shakespeare para a atualidade. O conteúdo temático permaneceu, mas sua estrutura dialógica e formalidade deram lugar às gírias e relações afetivas de jovem cariocas. A cena é a discussão entre o casal, pois ele, Romeu, sumiu por dias enquanto Julieta, apaixonada, tenta em vão mandar mensagens no celular, deixar recado e nada. A reconciliação de Romeu e Julieta acontece com a ajuda do público que interage com os atores. Como todo romance, final feliz; o casal faz as pazes  e vai curtir uma noite na Lapa.

          Leia a primeira parte:


http://www.processoencena.blogspot.com.br/2012/11/cobertura-181012-1-dia-parte-i.html


Encena II – Desvendando o Processo, mostra de processos criativos em artês cênicas, foi realizada nos dias 18 e 19 de outubro na Galeria TAC (Centro, Rio de Janeiro - RJ), com organização da GMALTA Produções e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas. O apoio institucional foi da Galeria TAC e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas.




domingo, 4 de novembro de 2012

Cobertura 18/10/12 - 1° dia (Parte I)



Encena II – Desvendando o Processo

Por Andrea Santiago
 
 

O projeto Encena - Desvendando o Processo foi para sua segunda edição mostrando, mais uma vez, os processos criativos de grupos de teatro. A intenção do evento é que grupos apresentem parte do seu processo de criação e/ou linha de trabalho que resultará numa montagem e, em troca, possa ter um feedback do público sobre o que foi mostrado. No dia 18 de Outubro, seis grupos se apresentaram, na Galeria TAC, na Lapa.
O primeiro, ‘Lamento e Liberdade’, de Brunno Vianna, conta a história de duas escravas no Período Regencial Brasileiro. Foi uma cena curta, de duas atrizes negras que representaram com muita autoridade e imbuídas do texto - do próprio diretor - as agruras da vida da época, as brincadeiras entre os seus e o linguajar. A formação acadêmica de Brunno Vianna certamente foi fundamental para a criação do texto mas, além disso, a pesquisa de documentos, música e pontos cantados por escravos e referências propostas por ele e executadas por Cláudia Leopoldo e July enriqueceram o pouco que pudemos ver.

Cia. Teatro da Estrutura em debate (Foto Karine Menezes)
 
Em ‘Vem!’, do diretor Marcio Zatta, também criador do Teatro da Estrutura, método onde a verdade do ator mais a verdade da personagem literária vão em busca da verdade absoluta para a criação cênica, os atores se ordenam de forma geométrica no palco. Talvez seja essa a ideia do espetáculo: a exposição do ser humano transformado em maquinário em apenas ser mediador do trabalho, a expressar desejo, instinto e puro caos da contemporaneidade sem, no entanto, senti-los de fato. Uma cena limpa, com atores fisicamente preparados e com movimentos precisos que se coordenavam em intervalos ou com simultaneidade. Artaud e Grotowski aparentes como processos atorais e Meyerhold e Laban na movimentação de cena – embora esses dois últimos não tenham sido inspiração direta para o grupo. Três atores e seres humanos (Carol Mattos, Diego Sant’ana e Otto Caetano) movidos pela urgência do mundo atual em contraponto com a Mulher Transcendental (Helen Maltasch), uma ‘personagem quase’ mítica e impossível de ser atingida enquanto estivermos imersos na pressa atual. A intensidade e tensão incômoda da primeira parte foi marcada pela ausência de texto, excesso de movimentos e músicas em volumes exagerados. Esse mal estar pertinente à cena foi quebrado pela fala da personagem mítica que, somente pela sua caracterização, não precisaria de texto, mas apenas de gestos e intenções corporais que remetessem ao avesso do que nossos olhos estavam acostumados. Foi bonito de se ver. Mais seria se apenas se compusesse com imagens e música, já que a intenção é fazer com que no palco nos vejamos e, assim, reconheçamos a nós mesmos como seres ‘mudos’ nessa sociedade.
 
 
Encena II – Desvendando o Processo, mostra de processos criativos em artês cênicas, foi realizada nos dias 18 e 19 de outubro na Galeria TAC (Centro, Rio de Janeiro - RJ), com organização da GMALTA Produções e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas. O apoio institucional foi da Galeria TAC e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Agradecimentos e Notas Finais


Parte II

Foi maravilhoso contar com um público tão interessado e atento. Os debates foram do mais alto nível. Agradecemos aos professores que levaram alunos (Lauro Senna e Silvia Werneck). E agradecemos às estrelas da festa: Brunno Vianna, Claudia Leopoldo e Ju Ly; Cia Teatro da Estrutura(Márcio Zatta, Helen Maltasch, Diego Sant'ana, Carol Mattos e Otto Caetano); Grupo Andaimes (Marcos Andrade, Márcio Nogueira, Renato Correia); Grupo Atorais (Vinícius Arêas, Dayanna Lima, Bruno Dal Ponte), Curupira Teatro ( Ana Cecilia Reis, Caju Bezerra); Na Cia. do Outro (Ciça Ojuara e Rodrigo Guedes); Grupo Interface (Mônica Diniz, Leda Nascimento, Silvia Werneck, Dani Niño, Bernice Xavier); Fauxto Freitax; A Casa Voadora (Vanessa Pequeno de Campos, Cristiana Carvalho, Maria Julia Garcia, Marco Andrade); Cia. de Teatro Baú da Baronesa (Cilene Guedes, Fernanda Bastos, Fernanda Huffel, Heloisa Lazari, Letícia Milena, Naiana Borges e Nina Pamplona - Joana Lebreiro (diretora convidada); Zimba Cia. dos Atores (Eduardo Katz, Jorge Santos, Reinaldo Scirius, Sonia Nogueira, Dani Góes, Fernando e Ricardo Kaetanno).

Foto: Cel Becker - Fotoclube Pentaprisma

Foto: Tati Carvalho - Fotoclube Pentaprisma



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Agradecimentos e notas finais


Parte I
 
Encena II – Desvendando o Processo foi uma experiência de fato maravilhosa. Ouso dizer, até, mágica. Como na primeira edição, a Galeria Tac (obrigada a Dominique, Claudio e Caroline Valansi) abriu as portas para a mostra de processos criativos, dando todo apoio possível (e impossível). O apoio da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas na divulgação também foi fundamental para o sucesso do evento.
A organização ficou a cargo de Luciana Guerra Malta (Gmalta Produções) e Dominique Valansi (Oz Comunicação e Gestão de Pessoas). A coordenação e a curadoria ficaram a cargo de Luciana Guerra Malta. Ariane Viegas trabalhou na assessoria geral, junto com Cristiana Carvalho. Afonso Henrique Soares fez a programação visual e apoiou a produção. Andrea Santiago (18/10, 1° dia) e Paula Lanziani (19/10, 2° dia) fizeram a análise dos grupos, em trabalho que ainda vai sair no blog. Karine Menezes e Cel Becker e membros do Fotoclube Pentaprisma fizeram fotos de divulgação.
Encena II – Desvendando o Processo teve o apoio institucional da Galeria Tac e da Oz Comunicação e Gestão de Pessoas.
 
 Grupo Atorais em cena (18/10) Foto de Karine Menezes
 
Visão parcial do público (18/10) Foto de Karine Menezes